O número 13 corresponde à décima terceira letra do alfabeto hebraico – Mem. Note que 13 é 4 ( 1 + 3 = 4 ), que corresponde na Árvore da Vida à sefira Chéssed – Misericórdia, e também o seu valor na gematria é 40, que também é 4 ( 4 + 0 = 4 ).
Observe também que o Tetragramaton Sagrado é formado por 4 letras: IHWH, que adicionado na gematria dá 26 ( I = 10 + H = 5 + W = 6 + H = 5 = 26 ) e sua metade é extamente 13 ( 26 ÷ 2 = 13 ) que novamente dá 4, cabalisticamente falando, Deus é Amor e Misericórdia – “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I João 4.8. Por essa razão que ao confeccionar a Torá, Deus colocou a primeira letra bet e a última letra Lamed formando a palavra Lev – coração.
O número 13 corresponde ao valor numérico da palavra “Um – Unidade” – echad = 1 + 8 + 4 = 13 – אחד, assim como a palavra ahavá – amor = 1 + 5 + 2 + 5 = 13 - אהבה.
As duas palavras chave da oração Shemá Israel encontram-se uma atrás da outra, primeiro a palavra echad – um – o Eterno é Um, e em seguida a palavra ahavá – amor – tu amarás. Se cada uma dessas palavras tem o valor cabalístico de 13, quando pronunciamos as duas, estamos invocando o Tetragramaton Sagrado que é formado pelo número 26.
Enquanto o número 3 corresponde aos três atributos do Criador: Criador, mantenedor e transformador, o número 4 corresponde à harmonia e equilíbrio: é a ação resultante da força trina. A estrutura dos 4 mundos da Cabala: Atsilut, Briá, Ietsirá e Assiá.
Embora no mundo ocidental o número 13 seja considerado como um número de má reputação, supersticiosamente, na Cabala, a sua reputação é de um número de sorte, o número do mazal, sorte ou destino, associado somente a coisas boas.
Tanto é que para os Cabalistas, o número 13 corresponde o número da libertação, daquele que rompeu com o ciclo dos 12, do zodíaco, libertando-se da roda das encarnações. Observe que Jesus é o 13º elemento entre os 12, aquele que realmente vive – “...disseram-lhes eles: Porque buscais entre os mortos aquele que está vivo?” Lucas 24.5
O número 13 também corresponde aos 13 atributos da misericórdia de Deus ( Chéssed ) que foi segundo o Talmud transmitido a Moisés. Na primeira porção de Bereshit no Zohar – o Livro do Esplendor (Zohar, folha 1A), fala sobre o lírio de 13 pétalas ( ou Shoshana a rosa do coração de 13 pétalas) que nasce entre os espinhos, inspirado na fábula hindu onde o lótus nasce no meio do lodo, simbolizando a ascensão do mundo de Malchut, a iluminação. As 13 pétalas correspondem as 12 tribos de Israel mais o Messias.
Observe que o número 13 remete ao salvador, o que conduz os 12 para a libertação. Em todas as narrativas das lendas veremos esse significado. Na lenda do Rei Arthur com os seus cavaleiros da távola redonda, também encontramos essa associação do 13º – “Os mistérios do Décimo Terceiro Éon existem e atuam em todo o universo da morte, em todas as regiões da manifestação dialética.”
Concluindo esse pequeno artigo, o número 13 corresponde ao mesmo tempo, as 13 medidas da misericórdia divina e as treze modalidades de intepretação da Torá. A letra Mem é, assim, em essência, um instrumento de medida que permite contar sobre todas as coisas, tanto das virtudes divinas quanto das virtudes do nosso mundo.
Não existe sorte ou azar, tudo se encontra dentro das leis imutáveis do universo, como disse Einstein: “Deus não joga dados com o universo.”
Paz Profunda